Impacto da poluição industrial em portfólios de ações

Em maio de 2022, Hsu et al publicaram uma pesquisa sobre o impacto, se houver, da poluição industrial nos retornos esperados. Pode ser que as empresas consigam reduzir custos no curto prazo ignorando atividades que reduzam o impacto ambiental. Por outro lado, os retornos podem sofrer no longo prazo à medida que uma ou mais externalidades negativas, como por exemplo, publicidade negativa, protestos de ativistas, litígios, risco de reputação, penalidades regulatórias, etc., começam a ter impacto nos resultados dessas companhia.

Imagem que representa a poluição industrial em um estilo cyberpunk impactando os investimentos.

Relação entre Poluição e Retornos Financeiros

Pesquisas anteriores em finanças mostram que o consumo e a produção influenciam os retornos esperados das ações. No entanto, pouco se sabe sobre o papel da poluição industrial na precificação de ativos. Portanto, a principal questão examinada nessa pesquisa é o impacto da poluição industrial na precificação de mercado.

  • Há uma relação significativa na variação entre os retornos de capital e a poluição industrial?
  • Se sim, qual é o mecanismo subjacente?

Resultado da Pesquisa

Foi observado um retorno excedente médio de 4,42% a.a. obtido através de uma estratégia long/short onde uma posição comprada em empresas com alta intensidade de emissão de poluentes versus uma posição short em empresas com baixa intensidade de emissão. O retorno excedente permaneceu economicamente e estatisticamente significativo quando alguns fatores de risco foram incluídos na análise para controle.

Análise Long/Short e Eventos Significativos

A estratégia de portfólio long-short foi complementada com uma análise dos retornos anormais acumulados (CARs) associados a grandes eventos nacionais. Neste caso específico, o evento foi a eleição presidencial dos EUA de 2016. Uma relação entre os quintis classificados por intensidade de emissão foi relatada.

Diferença de Retorno e Análise de Risco

A diferença de retorno long-short associada às emissões de poluentes foi analisada e encontrou-se robusta a vários fatores de risco, incluindo os modelos de risco CAPM e Fama-French (veja a Tabela IV abaixo), variáveis de governança corporativa, associações políticas, comportamento do investidor e características da empresa.

Essa tabela mostra testes de fatores em cinco portfólios ordenados pela escala de emissão de poluição industrial de cada companhia.

Cálculo da Intensidade de Emissões e Impacto

A variável de intensidade de emissões é calculada usando dados do estoque de emissão de poluentes coletados e mantidos pela EPA. Especificamente, a quantidade de várias emissões químicas de todas as plantas é somada para cada empresa e dividida pelos ativos totais obtidos da Compustat.

Implicações Políticas da Pesquisa

Este artigo adiciona à crescente literatura que analisa as implicações políticas da poluição ambiental. Os autores desenvolveram e testaram um novo fator não explicado pelos modelos de risco atuais e reflete a sensibilidade a uma mudança de regime na política ambiental para uma empresa individual.

Dado o período de observação relativamente longo (1991-2016), parece razoável que a medida possa contribuir para melhorar a credibilidade das pontuações ESG.