Carta da Gestão – Abril/2022

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É comum ouvirmos a frase “A melhor defesa é um bom ataque” nos esportes, no exército, em jogos e até mesmo nos negócios. Em geral, o mesmo comportamento é adotado no mercado de ações. Investidores e gestores buscam ativos mais arriscados buscando retornos mais elevados para vencer o índice de mercado.

Como já escrevemos por diversas vezes por aqui, dados empíricos nos mostram que esse tipo de estratégia não é a melhor para se aplicar no mercado financeiro. Evidências de longo prazo nos mostram que estratégias defensivas permitem que os investidores tenham retornos semelhantes ou até melhores que o índice de mercado, porém com menor volatilidade. Além disso, esse tipo de ativo proporciona menores drawdowns.

Estratégias Defensivas

imagem foi criada representando um campo de batalha romano com estratégias defensivas. A cena mostra um exército romano em formação altamente organizada, com um comandante a cavalo, visto de costas, supervisionando o campo de batalha. A atmosfera evoca planejamento estratégico e disciplina militar, remetendo à era romana

Entretanto, falar sobre a criação de estratégias defensivas é mais fácil do que executá-lo. Alguns investidores estão, atualmente, considerando ações de baixo risco e de alta qualidade dentro da sua alocação de ações, dadas as perspectivas sobre a economia global dado o aperto monetário para combater a inflação. Outros aventuram-se mais e procuram estratégias não correlacionadas.

Ambas as formas podem ser meios de buscar estratégias defensivas, mas é possível combinar os dois processos em um. No que tange diversificação, estratégias multifatores costumam apresentar beta mais baixo e, consequentemente, baixa correlação com o mercado acionário. Por outro lado, também alocam em ações de baixo risco e de alta qualidade.

Quando os mercados caem, em geral, as correlações dentro e entre todas as classes de ativos tendem a disparar. Muitas estratégias que anteriormente pareciam não estar correlacionadas, não conseguem proporcionar aos investidores os benefícios de diversificação desejados exatamente quando mais precisam. Entretanto, temos evidências históricas que estratégias de baixa volatilidade e alta qualidade costumam proteger mais das quedas bruscas e se descorrelacionar com o restante do mercado. Seria uma espécie de “fly-to-quality”.

Por outro lado, é importante combinar tais características defensivas com fatores mais agressivos, que podem gerar retornos substancialmente maiores que o benchmark no longo prazo.

Por fim, esse equilíbrio entre os fatores tem como objetivo suavizar os retornos e criar consistência de longo prazo e menor nível de risco para o portfólio. Esse é um dos pilares mais importantes de nossa gestão sistemática.