“A ideia de que o futuro é imprevisível é minada diariamente pela facilidade com que o passado é explicado.” – Daniel Kahneman
É aflitivo para o ser humano o conceito de que o mundo é caótico e imprevisível. Ciente disso, por que planejamos e criamos estratégias?
Em 2013, Henry Mintzberg, famoso acadêmico na área de administração, em seu livro The Rise and Fall of Strategic Planning, aborda esse tema.
Na visão dele, a resposta é relativamente simples e necessita que o planejador entenda que o mundo é, de certa forma, imprevisível. Quando você incorpora esse fator ao seu planejamento, você cria planos mais robustos.
Vamos usar uma analogia no mercado financeiro: eventualmente, temos eventos inesperados no mundo que causam grandes correções de preços dos ativos. Um bom gestor de portfólio deve incorporar ao seu planejamento essa possibilidade. Em grande parte das vezes, não é possível prever quando ocorrerá um evento de tamanha proporção, mas é possível criar portfólios que sejam resilientes em diversos momentos de mercado. Não é porque existe incerteza no mercado de ações que não haverá investidores nesse mercado.
Entretanto, é importante lembrar que embora o mundo como um todo seja imprevisível e caótico, o mundo dos negócios, dentro de uma economia globalizada, trabalha com um leque dinâmico de probabilidades e assimetrias que permitem ao bom gestor capturar prêmios.
No universo sistemático de investimentos, o planejamento é parte crucial do processo de criação e combinação de modelos. As probabilidades e assimetrias são parametrizadas utilizando-se dados históricos, e o comportamento previsto do portfólio é baseado em dezenas de anos.
Apesar desses modelos não serem ferramentas de previsibilidade do futuro, uma vez que o futuro é imprevisível e caótico, eles farão a combinação ótima de ativos para que, mesmo em eventos inesperados, possam gerar valor para os que se utilizam dessa estratégia de gestão.
