Carta da Gestão – Agosto/2020

Carta em PDF

Um dos pontos mais relevantes na diversificação é a quantidade de ativos em um portfólio. Quanto menos correlacionados estes ativos forem, melhor. Ray Dalio, um dos maiores gestores de hedge fund do mundo, se refere a diversificação em seu livro “Princípios”, como o Santo Graal dos investimentos.

Diversificação

Em um portfólio com apenas 2 ativos, se eles forem descorrelacionados, o risco do portfólio pode ter uma redução de até 30%. Se o número de ativos subir para 6, essa redução sobe para 60%.

Se montarmos um portfólio com duas ações quaisquer com pesos iguais, cada uma com 20% de volatilidade e correlação de 60%, seu portfólio terá uma volatilidade de 17.9%, ou seja, houve uma redução de risco apenas com o processo de diversificação de ativos de mesmo nível de risco.

Adicionando mais quatro ativos a este portfólio, totalizando 6 ativos com mesmo nível de volatilidade e correlação, o portfólio melhora ainda mais o nível de risco, com volatilidade de 12.1%.

Na construção de nossos modelos, nos preocupamos muito com a correlação entre os ativos do portfólio. Mesmo que estejamos tratando de ações, que naturalmente convivem em um ambiente muito correlacionado, é possível construir portfólios que vão entregar menos volatilidade que o índice de referência, como o Ibovespa, por exemplo.

Obviamente a descorrelação entre os ativos não deve ser a única métrica avaliada na gestão de um portfólio. Tão importante quanto reduzir o risco de uma carteira é ter um processo de seleção de ativos que apresente retornos acima da média dos ativos disponíveis para investimento.

Performance dos Fatores

Atualizamos nosso painel comparativo que avalia a performance de 7 portfólios:

  1. VALOR: empresas mais baratas que a média
  2. TAMANHO: empresas menores que a média
  3. MOMENTUM: ações em tendência de alta
  4. VOLATILIDADE: ações com menos volatilidade
  5. QUALIDADE: empresas cujos balanços são mais robustos
  6. IBX: índice de mercado
  7. FUNDO: performance gerencial do fundo de fatores
Gráfico de barras com a performance de fatores, IBX e fundo Avantgarde, que possui ampla diversificação.

No mês de agosto, o IBX caiu 3.37%. A carteira de valor e baixa volatilidade foram os destaques negativos do mês, enquanto a carteira de momentum e o fundo foram os destaques positivos.

Nos últimos 12 meses, o portfólio continua sendo destaque positivo. Além do índice, que apresenta retorno de -1.12%, apenas o portfólio de tamanho (small caps) ainda apresenta retornos negativos com perdas de -17.15%. Os demais portfólios de fatores long-only já apresentam retornos positivos na janela de 12 meses.